sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Grão de amor.

Me esqueça, sim.
Pra não sofrer, pra não chorar
Pra não sentir.
Me esqueça, sim.
Que eu quero ver você tentar
Sem conseguir.

Me deixe, sim, meu grão de amor, mas nunca deixe de me amar.
Me deixe só até a hora de voltar.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Utopia.

Nunca passou disso.
A diferença é que nos últimos tempos, não era só a utopia de tornar tudo realidade.
A utopia dos últimos tempos era reviver o passado, porque o presente não era motivo suficiente para querer quebrar a primeira utopia.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pra sentir saudade.

Uma, duas, três, quatro, cinco garrafas e eu quero voltar a ficar sóbria pra saber me controlar diante das situações mais supérfulas.
Eu quero estar completamente bêbada pra saber que ela ignora seus devaneios conscientes, e mais ainda os inconscientes. Ela ignora o próprio destino, e depois se contradiz, dizendo que eu me contradigo.
Quero não saber que esse Setembro começou com um refúgio fraco do que está pendente, como se tudo começasse de novo, de uma forma consciente e até desesperançosa.
Não sei se morro por não poder voltar no tempo, ou se vivo pra viver o novo.
Se eu correr até perder as forças, cair deitada na grama mais verde que eu encontrei, e gritar seu nome, tudo volta?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

De Setembro à Dezembro.

Dos quatro discos, eu ouvia boa parte do primeiro, e sete do Bloco do Eu Sozinho. Do Ventura, ouvia duas, e o Quatro passava despercebido. Se os Los Hermanos se incomodavam por serem conhecidos por muitas pessoas apenas por Anna Julia? "Não, porque nem sempre."
Se eu quisesse, eu me apaixonava, e se eu não quisesse também. Não querer, já era querer, e querer já era estar.
Não faziam sentido como fazem agora.
Agora, meu preferido é o Ventura, mas sinto falta de Aline. De tanto eu ouvir músicas pra lembrar de músicas que eu ouvia antes, a sensação de estar no antes perdeu o efeito, e a canção se renova.
Ouço Azedume pra lembrar de quando eu me mudei. Primavera pra lembrar de como eu ficava naquela blusa enorme feita pra pintar a casa de branco.
Anna Julia me lembra o pior ano novo da minha vida. Enquanto as ondas disfarçavam minha embriaguez, Gabriel queria compartilhar sete pedidos para o ano de 2009, enquanto meu único pedido tolo era ouvir a voz mais bonita para não dormir em pé de guerra. Chorávamos e virávamos a garrafa, quando uma vontade maravilhosa de tomar sorvete de limão com leite condensado nos dominou, e enquanto saíamos da praia em destino à sorveteria, com a garrafa vazia, pronta pra ser arremessada, na mão, a banda medíocre que tentava alegrar a todos, tocava em notas tortas, Anna Julia.
Acabei fazendo sete pedidos que não lembro bem, e se eu pedi pra que algo se tornasse infinito dentro de mim, parece que consegui concretizar.
A praia de Santos era tão suja, que mal dava pra escrever na areia minha angústia ponderada por espasmos de ilusão. Mas era o mesmo céu que olhava pra nós, e quando eu olhei pra cima, estávamos estampadas nas nuvens.
Ouço Sentimental pra lembrar do que eu sou.
Ouço Sentimental pra lembrar do que ela é.