terça-feira, 1 de setembro de 2009

De Setembro à Dezembro.

Dos quatro discos, eu ouvia boa parte do primeiro, e sete do Bloco do Eu Sozinho. Do Ventura, ouvia duas, e o Quatro passava despercebido. Se os Los Hermanos se incomodavam por serem conhecidos por muitas pessoas apenas por Anna Julia? "Não, porque nem sempre."
Se eu quisesse, eu me apaixonava, e se eu não quisesse também. Não querer, já era querer, e querer já era estar.
Não faziam sentido como fazem agora.
Agora, meu preferido é o Ventura, mas sinto falta de Aline. De tanto eu ouvir músicas pra lembrar de músicas que eu ouvia antes, a sensação de estar no antes perdeu o efeito, e a canção se renova.
Ouço Azedume pra lembrar de quando eu me mudei. Primavera pra lembrar de como eu ficava naquela blusa enorme feita pra pintar a casa de branco.
Anna Julia me lembra o pior ano novo da minha vida. Enquanto as ondas disfarçavam minha embriaguez, Gabriel queria compartilhar sete pedidos para o ano de 2009, enquanto meu único pedido tolo era ouvir a voz mais bonita para não dormir em pé de guerra. Chorávamos e virávamos a garrafa, quando uma vontade maravilhosa de tomar sorvete de limão com leite condensado nos dominou, e enquanto saíamos da praia em destino à sorveteria, com a garrafa vazia, pronta pra ser arremessada, na mão, a banda medíocre que tentava alegrar a todos, tocava em notas tortas, Anna Julia.
Acabei fazendo sete pedidos que não lembro bem, e se eu pedi pra que algo se tornasse infinito dentro de mim, parece que consegui concretizar.
A praia de Santos era tão suja, que mal dava pra escrever na areia minha angústia ponderada por espasmos de ilusão. Mas era o mesmo céu que olhava pra nós, e quando eu olhei pra cima, estávamos estampadas nas nuvens.
Ouço Sentimental pra lembrar do que eu sou.
Ouço Sentimental pra lembrar do que ela é.

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