quinta-feira, 3 de maio de 2012

Negue.

Transponho as fases, às vezes me confundo, calo todas aquelas frases, velejo estradas e cidades.
Ponho meus pés pra andar na terra, e sinto fluindo as verdades, e me lembro que eu e você ainda somos do mundo.
Enfrento estações, de trem e de tempo. Vôo sobre um abismo entre Setembro e Janeiro onde houve chuva, sol, vento e sal.
Houve o calor dos seus braços, e o frio das angústias.
Mas não te faltou uma flor, ou uma jura num dia normal.
Você pode ter jogado tudo fora, um mimo, uma carta, um cinzeiro. Pode mudar até os cômodos da casa, pode ser que aí nada tenha lugar fixo. Mas as cenas estão gravadas nas paredes da memória, não adianta mudar de cor.
Não adianta negar que você não sente até hoje o meu amor jorrando pela escada, invadindo sua sala, morando nos seus dias.
Tenho o mapa do seu corpo transcrito nas mãos, e você ouve 33 rotações dos meus suspiros em qualquer disco.
Diz que eu não fui mulher o suficiente pra te conquistar, diz na minha cara que eu não sou ninguém pra você. Aproveita e lembra do quão mulher eu fui pra saber que naquele momento, ficar com você significava a minha devastação, e sente na pele o quão mulher eu estou sendo pra suportar a falta incabível que sinto de você.

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