sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Era tarde da noite, e eu a vi caminhando mais adiante.
Trovejava, e seus cabelos sob o domínio do vento forte, se faziam leves, e esvoaçavam, contrastando-se com a luz dos holofotes de rua.
Correndo, consegui alcançá-la, que passo apressado.
Ela olhou para trás, não muito surpresa ao me encontrar por ali, e deu um meio sorriso de meio segundo.

- O que faz na rua a essa hora? Perguntei.
- Estou caminhando, e refletindo. Sabe, essa é a melhor hora para fazer isso. As ruas estão vazias, o silêncio reina e a lua fica tão bonita!
- A lua...sei. E soltei uma grande risada.
- Do que está rindo?
- Acho divertido a forma como você lida com seus relacionamentos. Quero dizer, você não tem paixões muito duradouras, são intensas, mas você sabe se recuperar bem rápido.
- Sei me recuperar rápido porque tenho braços pelo mundo a minha espera. Se alguma coisa sai errada, é absolutamente devastador. Mas são, no máximo, três noites não dormidas, de choro e melancolia, ou até mesmo uma pequena extensão da tristeza. E eu, logo elimino as sobras de sentimentos com outro amor.
- Nada mais prático.
- Mas às vezes me sinto mal.
- Por quê?
- Sou mal-compreendida por muitos. Dizem que eu uso todo mundo pra esquecer minhas paixões que não deram certo. Mas minhas paixões passam, e vêem outras, intensas também. Você sabe, eu apenas não sei ficar sozinha, e me envolvo sempre.

Era sempre curioso conversar com ela, por trás de tudo que ela dizia, sempre havia algo a se pensar. Às vezes ficava difícil entender, mas eu tentava, e sempre que podia, acompanhava seus caminhos, e ouvia seus pensamentos.
Gosto de acreditar que eu entendia o que ela pensava, e a forma como agia, isso é uma grande tarefa.

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