quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

[1 Perdida]

A manhã estava fria, como se fosse proposital, e eu observava minhas mudas de pinheiro. A garoa fina e gelada teimava em cair, umedecendo meus cabelos e minha roupa, como que alento por ter acordado de um pesadelo que me fizera cair em pranto.
Fui à cozinha, e enquanto o pó de café se diluía na água fervente, minha mente se inebriava em pensamentos de euforia contida de forma irremediável.
Há dias era uma culpa noturna que me afligia e me tirava o sono, hoje é insegurança.
Às vezes arrependimento pode não ser o suficiente, ainda que esteja apenas em você, e ninguém se machuque. Tem gente que sente, que sabe, e que arde. Que arde como eu.
Toca o telefone.
A fragilidade do meu coração me fez perder o ar, me fez enfraquecer.
Atendi o telefone com mãos trêmulas. Demorei muito.
Quanto atraso! Por um descompasso cardíaco.
Mais uma chamada perdida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário