terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Não vou começar a contar o ocorrido com o clichê "Numa noite qualquer...", detesto clichê, e nenhuma noite é qualquer, todas são diferentes e surpreendentes, mesmo que às vezes seja imperceptível.
Naquela noite, a lua podia ser vista. E as estrelas escondidas atrás da poluição faziam um belo céu, afinal o que há de melhor está oculto pra mim, e isso faz de tudo que é ainda um mistério, especial.
Me deitei sobre a grama, e contemplava o céu, formulando ironias sem fundamento.
Ela deitou-se ao meu lado, e segurou minha mão, de modo que eu pudesse sentir sua pulsação.
Quando você se dá conta, você já não está mais no mesmo lugar, e nem na mesma situação. Percebi que, de repente, eu sentia seu corpo pesando em mim, e que eu ouvia palavras que eu não teria escutado em algum tempo, sussurradas mais perto do que nunca.
Perfeito. Eu realmente não tinha vontade de nada, além de permanecer sentindo aquela presença frágil, e ouvindo aquelas palavras que ficavam atrás de mim, vindo contra meus pensamentos, e me fazendo perder a sanidade, sem necessitar de absolutamente mais nada.
Pra mim, isso é amar.
- O que você mais teme agora? Ela perguntou.
E então eu disse após sentir o cheiro de seus cabelos:
- Acordar.

Um comentário:

  1. a curiosidade e a imaginação humanas fazem do mistério uma coisa mais bela do que realmente é.

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