sexta-feira, 22 de abril de 2011

Carta para meu eu lírico.

Olha, ainda é cedo.
Tem muita estrada por aí, e você não vai conseguir andar por todas.
E se for tarde, tem muita gente que vai andar pelas estradas que você não vai andar.
Não se preocupe com as estradas.
Preste atenção no que eu tenho a dizer.
Você não é louca, só é artista.
Mas me desculpe por te fazer criar tantas maravilhas, elas são belas pra quem lê, pra quem ouve, e vê. Provocam mil sonhos, e noites mudas. Cegam os outros olhos por um dia, mas e você?
Você vive de arte.
Escuta só: mil perdões por ter tapado seus ouvidos quando a conseqüência pediu um minuto da sua atenção.
Pensando bem, não faça disso uma ventania desvairada.
Pegue esses papéis dessa tua história, e faça deles, aviõezinhos. Mande pro mundo todo.
Transforme tudo em música.
Plante verdade, chega de ilusões, por favor.
Agora durma, e sonhe ao som do tilintar do senhor dos ventos.

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